sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CRONICA DE OPINIÃO - RUBRICA DIÁRIA DA RÁDIO DIANA/FM

                                       Economia social

Sexta, 21 Novembro 2014 10:18
Falemos hoje de economia social ou, se quisermos, do terceiro setor.
Integra a economia social um conjunto de organizações que tomam princípios e valores comuns e que não têm o lucro como condição primeira, encontrando-se incluídas neste setor, entre outras, associações (ex: IPSS), cooperativas, fundações, misericórdias e mutualidades.
Exercem a sua atividade em todas as áreas da economia, em áreas tão distintas como o ambiente, a saúde, a cultura ou o apoio social.
É um sector em franco crescimento.
Mas a economia social assume hoje, quer na europa quer em Portugal uma enorme expressão.
Na europa ela representa cerca de 10% das empresas e gera 6% do total do emprego. Em Portugal apresenta uma taxa de 4% do total das empresas e do emprego, sendo responsável por 5,5% do PIB.
Este “grupo” é fundamental na redução das desigualdades sociais e no combate à pobreza e à exclusão social, porquanto muitas das organizações foram criadas, desde logo, para responder aqueles problemas, é algo que está na génese da sua constituição.
São entidades que, muitas vezes, substituem o Estado no seu papel de assegurar funções, sociais e outras, funções de fundamental importância para a organização e equilíbrio da sociedade.
E esta relação que se cria entre o Estado e as organizações que integram o setor tem naturalmente ganhos mútuos. O Estado “transfere” para aquelas organizações (ex: IPSS) algumas das suas obrigações, contratualizando com aquelas para que fique assegurada à sociedade essa obrigação.
No quadro europeu as metas definidas para Portugal no âmbito da Estratégia Europa 2020 requerem que se atinjam objetivos bem precisos:
Aumentar o Emprego (taxa de emprego da população entre os 20 e os 64 anos) para 75%;
Combate à Pobreza e às desigualdades sociais (pessoas em risco de pobreza / exclusão social – variação face a 2008) menos 200 mil.
E o Alentejo enquanto território de baixa densidade, com uma elevada taxa de população idosa e de baixos rendimentos, com tendência para aumentar, terá aqui preocupações acrescidas, pelo que será fundamental criar apoios que respondam cada vez mais à inclusão deste e outros grupos e as organizações da economia social, ou pelo menos parte delas, terá condições naturais para responder aqueles problemas e para que se consigam atingir as referidas metas.
Quanto ao emprego as organizações da economia social para além de já serem criadoras líquidas de emprego, também elas certamente irão ser um dos motoras da criação do emprego na região, um emprego que se quer inclusivo, sustentável e qualificado.
Rui Mendes


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