quarta-feira, 1 de outubro de 2014

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM

                              Vitória do retrocesso?!?

Quarta, 01 Outubro 2014 10:01
Sendo adversário político de António Costa não me impede de o felicitar pela vitória obtida nas primárias ocorridas no passado domingo. Vitória essa que fora expressiva, e, por esse facto, António Costa saiu deste escrutínio fortemente legitimado pelo seu partido para se apresentar como candidato às próximas eleições legislativas.
Quanto às eleições primárias serem um avanço para a democracia, não estou certo dessa evidência. A liberdade de filiação partidária está consagrada e todos aqueles que pretendam escolher um líder poderão fazê-lo nesse âmbito. Pelo que a abertura aos não militantes para a escolha de um candidato a primeiro-ministro, poderá desvirtuar a natureza dos partidos naquilo que eles de mais íntimo significam para os militantes respectivos. São estes que organizam e dinamizam as respectivas máquinas e melhor conhecem os seus líderes. Podemos, por isso, e, salvo melhor opinião, com esta deriva estarmos a criar as condições para a abertura da “porta” que permitirá a chegada de um ou de uma populista que desrespeitem e mal tratem os valores da Liberdade, solidariedade e igualdade.
Ora, penso que nisto estejamos todos de acordo; embora a democracia representativa e parlamentar encerre em si mesmo muitas imperfeições, não nos fora dado a conhecer um outro regime que salvaguarde tantos interesses a tantas pessoas.
Voltando à vitória política do António Costa, no meu ponto de vista, esta encerra e compreende o regresso de tudo aquilo o que o actual Governo desmascarou e pretendeu contrariar nos últimos tês anos da presente governação. O despesismo da actividade pública sem contenção e controle.
Na verdade, a maior parte dos apoiantes do António Costa são os mesmos que estiveram e apoiaram o governo liderado pelo pior primeiro-ministro da nossa jovem democracia. Ele tem um rosto e tem um nome. José Sócrates. Será que volvidos três anos, muitos de nós, já olvidaram tal facto?!? Quero crer que não.
Dito isto, a discussão politica deverá passar, para bem do nosso sucesso colectivo, por explicar aos portugueses e ás portuguesas, que, as politicas do endividamento público e privado, irresponsável e improdutivo poderá contribuir para ganhar eleições, mas não servem nem servirão para constituir um futuro condigno para uma nação.

José Policarpo

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