No
pomposo monte alentejano construído na Herdade do Barrocal das Freiras, nasceu
no dia 19 de Junho de 1946, Manuel Malta da Costa, filho de Filipe Malta da Costa
e de Maria Augusta da Purificação Aldegundes Leça da Veiga Cardoso Malta da
Costa.
Deu
os primeiros passos, acompanhado pelos mais diversos animais existentes na
herdade, mas foram os poldros os seus favoritos. Fez a instrução primária na
escola existente na própria Herdade do Barrocal, e, nas horas vagas começou a
montar.
De
vez em quando, o jovem Manuel, conhecido por “Manolete”, deslocava-se até à
vila para visitar os avós paternos, que residiam no Largo Joaquim Pedro de
Matos. Aproveitava o ensejo para conviver com a malta das suas relações.
Uns
anos mais tarde, fruto de muito trabalho e dedicação, o novel cavaleiro
montemorense começou a competir, e a somar vitórias. Estes desempenhos
abriram-lhe a porta do êxito, pois o nosso conterrâneo, com apenas 19 anos de
idade sagrou-se Campeão de Portugal.
Malta
da Costa, como era conhecido no mundo do hipismo, foi considerado um dos
melhores cavaleiros portugueses de sempre, e com 39 anos de idade, integrou a
delegação portuguesa nos Jogos Olímpicos de 1985, em Seul, onde se classificou
em 33.º lugar na prova individual masculina de saltos de obstáculos.
No
currículo, juntou também vitórias em vários concursos internacionais, sendo o
único cavaleiro a ganhar por quatro vezes o Grande Prémio de Gijon, em Espanha.
Em
Portugal venceu entre outros concursos, o Grande Prémio de Lisboa, no Concurso
Internacional de Saltos, realizados em 1967 e 1979.
Em
Lisboa, Madrid, Roma ou Bruxelas, Malta da Costa chegou a ser eleito o melhor
cavaleiro em prova.
O
nosso patrício resolveu fixar-me primeiro no Brasil, e depois, transferiu-se
para Espanha. Em ambos os países, o notável cavaleiro instalou escolas de
equitação, e no país vizinho, teve como aluna a infanta Elena, irmã do rei de
Espanha.
O
famoso cavaleiro dava ultimamente aulas de equitação em Santander (Espanha), e
foi aí que se começou a sentir cansado e sem forças, sendo internado no
hospital daquela cidade espanhola, e transferido depois para o Curry Cabral em
Lisboa, e daí para o Instituto Português de Oncologia.
Nos
últimos dias, recebeu no IPO, entre outras, a visita de Rosa Mota, do cavaleiro
Francisco Caldeira, e da infanta Elena. Morreu na segunda-feira, dia 18 do
passado mês de Agosto, aos 68 anos de idade, vítima de cancro.
Depois
da missa de corpo presente, realizada na quarta-feira seguinte, na igreja de
Santo António do Estoril, o cortejo fúnebre caminhou para Montemor-o-Novo.
Depois de mais uma cerimónia religiosa realizada na Igreja de Nossa Senhora da
Luz, o funeral seguiu para o Cemitério de S. Francisco, onde a urna ficou
depositada no jazigo da família Malta da Costa. Entre os acompanhantes do
cortejo fúnebre, figurava a já referida infante Elena de Espanha, sua antiga
aluna.
Os
principais jornais e revistas portugueses, assim como jornais brasileiros,
italianos, belgas e espanhóis, noticiaram a morte do prodígio da arte de saltar
a cavalo, os diversos obstáculos existentes nos concursos hípicos, sendo quase
sempre, o cavaleiro com menos penalizações, e aquele, que fazia o percurso mais
rápido.
“A
Folha” solidariza-se com o pesar de seus familiares.
Augusto Mesquita – Setembro 2014
Editado na “Folha de Montemor” em
Setembro 2014 e transcrito com autorização do Autor.
Tambem durante esta semana (17/09) Vital, guarda redes internacional, que entre outros Clubes se destacou no Lusitano (ainda na 1ª Divisão Nacional) e representou entre outros o Vitória de Setubal e o União de Montemor (onde alem de jogador foi tambem treinador) nos deixou.
Que descanse em Paz
Chico Manuel
Sem comentários:
Enviar um comentário