quinta-feira, 17 de abril de 2014

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O Hospital de Santa Luzia de Elvas (HSLE), pela sua situação geográfica, é um hospital tampão que dificulta o recurso a Espanha por parte dos doentes com situação clínica urgente, poupando muitos recursos a Portugal.
Na realidade, é o único caso em toda a fronteira com Espanha que se encontra junto a uma cidade importante (Badajoz), com um hospital central universitário.
Se estiver amarrado à área de influência da ULSNA (Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano) tem grandes dificuldades de rentabilidade, uma vez que, para ser unidade hospitalar, tem que ter mínimos. A única forma de o tornar rentável é permitir a sua utilização por populações que dele necessitam, aliviando a pressão sobre o Hospital do Espírito Santo de Évora para a generalidade das situações de Medicina Interna, Cirurgia Geral e Ortopedia e reservando a utilização daquele hospital para situações que necessitem de outras especialidades ou recursos.
Só se torna aceitável do ponto de vista económico-financeiro se for utilizado para actividade programada. Para que tal seja possível importa manter a disponibilidade para concelhos da área do Distrito de Évora.
A deliberação do CA (Conselho de Administração) de não permitir o acesso ao Hospital de Elvas de doentes de fora da área, ou seja, dos doentes de Concelhos do Distrito de Évora limítrofes do Concelho de Elvas, está a colocar por completo em causa a sustentabilidade da instituição, pois retira-lhe valor e impede a negociação para compensação financeira para esta actividade; sem impedir a saída de doentes para outras unidades hospitalares, seja na região, noutras regiões ou mesmo noutro país.
Neste momento está a ser colocada em causa a realização de consultas via Telemedicina para os Concelhos de Alandroal, Borba e Vila Viçosa que estava a gerar mais de 20% da actividade cirúrgica do HSLE, seja em consulta, em MCDT ou em grandes cirurgias, com particular impacto em cirurgia de Ambulatório.
Se for apenas Urgência Básica sem especialidades, os recursos que já estão instalados estão subaproveitados e, como tal, mais dispendiosos.

Por outro lado, a pressão de doentes internados ou a ser atendidos em urgência no HDJMG (Hospital Dr. José Maria Grande, de Portalegre) iria aumentar exponencialmente exercendo uma pressão insustentável sobre uma instituição já sem capacidade, neste momento, para o atendimento dos doentes que atende (vide a taxa de ocupação absurda das instalações do serviço de Urgência daquele hospital, com doentes internados frequentemente mais de uma semana em maca em corredor).
Esse aumento de pressão já está a acontecer sobre o HESE (Hospital do Espírito Santo de Évora) com o aumento de transferência de doentes da sua área de influência, em respeito pela deliberação do CA (Conselho de Administração) da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano EPE (ULSNA).
A utilização do HSLE (Hospital de Santa Luzia de Elvas) como retaguarda do Hospital de Portalegre, como está a ser utilizado neste momento, aumenta os custos de atendimento de doentes que são afastados da sua área de residência, além de causar agravamento de custos para as populações que necessitam deslocar-se desnecessariamente.

O número de doentes atendidos no Serviço de Urgência do HSLE, com muito menos recursos, é semelhante ao HDJMG.
o No caso, por exemplo, de actividade cirúrgica urgente, o Bloco Operatório de Elvas está activo a preços de prevenção e não de presença física fora das horas de actividade programada.
o O Técnico de radiologia seria sempre indispensável perante a existência de Serviço de Urgência Básica e o Médico Radiologista é comum aos 2 hospitais, não aumentando assim os custos financeiros.
o Durante o período diurno, na maior parte dos dias, no Hospital de Elvas está a ser simultaneamente realizada actividade programada pelo serviço de imagiologia.

Só estão a ser transferidos do Hospital de Elvas para o HDJMG alguns casos mais graves de Pediatria, de Obstetrícia (poucos) de Psiquiatria (só durante dias úteis e durante parte do período diurno) e para cuidados intensivos, nas ocasiões em que existe disponibilidade de vaga. De referir que a urgência pediátrica e obstétrica daquele hospital tem recursos próprios independentes da urgência geral.
 Uma das grandes dificuldades que está a provocar constrangimentos no Hospital de Santa Luzia de Elvas é o facto de não existir uma Unidade de Cuidados Intermédios aberta apesar de já existirem os recursos para a mesma, fruto do planeamento e execução de anteriores (plural) Conselhos de Administração e de financiamento externo.

o A sua existência reduziria a necessidade de transferência de doentes críticos e reduziria esta necessidade a doentes que necessitem de outras especialidades ou Cuidados Intensivos.
o Está neste momento ocupada com doentes da área do HDJMG, longe das suas famílias, utilizando transportes para além do necessário e não utilizando os recursos técnicos de que dispõe.
o A sua abertura permitiria a existência de dois Internistas (ou um Intensivista e um Internista) melhorando as condições de urgência interna e externa e melhorava a idoneidade para manter o internato médico.

O encerramento eventual de valências no HSLE não garante que se desloquem para o HDJMG e certamente irá condicionar a sua deslocação para outras unidades do País ou do Estrangeiro.
Este Serviço de Urgência está classificado como SUB (Serviço de Urgência Básica), mas como está anexado a um Hospital, todos os clínicos rentabilizam as suas funções prestando serviço na urgência (S.U.) da SUB.
Assim, segundo a legislação que classifica os S.U., esta tem todos os requisitos, para ser uma SUMC (Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica) .

No ano de 2013 este S.U. (Serviço de Urgência do Hospital de Santa Luzia de Elvas) atendeu 30.299 doentes, o equivalente a uma média aproximada da 100 doentes dia, que geraram 1153 doentes internados em S.O. e transferidos para o internamento 3668 doentes, (de patologias referentes à medicina interna, cirurgia geral e ortopedia).
O S.U. tem 2 clínicos gerais 24/24 horas, e apoio das especialidades, da seguinte forma:
- Os especialistas de medicina interna, anestesia, cirurgia em presença física 24 horas, existe um segundo cirurgião de prevenção ao bloco operatório, de ortopedia está em presença física 12 horas diurnas, prevenção durante o período nocturno. As especialidades com internamento fazem a urgência interna, em sobreposição à externa sem aumento de custos para a ULSNA;
- Serviço de Observação, com quatro camas com monitorização e enfermeiro alocado, para doentes com instabilidade hemodinâmica;

- Bloco operatório aberto nas horas de funcionamento da actividade cirúrgica, ficando de prevenção no período nocturno, enfermeiros e pessoal auxiliar, poupando recursos;
- Laboratório de patologia clínica, 24/24 horas, com a possibilidade de executar todo o tipo de análises, com patologista clínico, de presença física nas horas diurnas e de prevenção até às 24 horas, e estando disponíveis sempre que seja necessário, sem custos se surgir alguma situação que o justifique das 00h/08;
- Serviço de Imunohemoterapia, com apoio de um Imunohemoterapeuta de prevenção aos dois hospitais 24/24 horas;
- Serviço de radiologia tem radiologista em presença física nas 12 horas diurnas e de prevenção nas nocturnas, estando um radiologista de prevenção no período nocturno para os dois hospitais; Está apetrechado com radiologia convencional, aparelho de TAC e ecografo, além de mamagrafo;
- Temos apoio da SIV INEM com a base no nosso S.U. para efectuar, os transportes secundários inter- hospitalares, para as unidades até 100km de distância;
- Temos o serviço informatizado, utilizando o sistema de triagem de Manchester, feito por enfermeiro.
- Registo clínico médico e de enfermagem, e feito no sistema ALERT Edis- 

Auditoria efectuada pela Ordem dos Médicos, já em 2014, mostrou a sua estranheza pela qualificação deste serviço, dado a sua estruturação, e excelente desempenho:
• De notar ainda que HSLE possui, a nível académico:
• Actividade formativa: temos idoneidade formativa conferida pela Ordem dos Médicos para internato de Medicina Interna e de Cirurgia Geral, e de Medicina Geral e Familiar, Internado do Ano Comum.
• Através dum protocolo em 2004, entre esta unidade hospitalar e a Faculdade de Medicina de Badajoz, os especialistas deste hospital, têm equiparação a assistentes eventuais, para as cadeiras de patologia médica, patologia cirúrgica e ortopédica, e por isso, os alunos do 4º, 5º, 6º  anos, podem optar por fazer aqui as aulas práticas daquelas áreas, o que acontece desde a assinatura do protocolo.

Em Suma:
A existência de um hospital com Serviço de Urgência em Elvas tem razões históricas e políticas decorrendo da sua localização geográfica.
É uma unidade hospitalar cuja área de atracção foi posta em causa com o desenho geográfico da ULSNA e que, historicamente, tem uma articulação natural com o Hospital de Évora e não com o de Portalegre. Apesar disso mantém consultas organizadas via Telemedicina com 3 concelhos do Distrito de Évora e tem dado importante resposta clínica para um grande número de situações sem necessidade de aumento de recursos e rentabilizando os existentes.
Se impedida de atender a população que necessita dos seus cuidados, em nome de uma distribuição geográfica que não respeita as necessidades das populações, torna-se demasiado cara e disfuncional, o que supõe a sua morte anunciada.
A redução da oferta de valências à população, em situação de urgência, aumentará:
• Os custos com o transporte de doentes;
• O custo da utilização de outras unidades hospitalares, algumas já sem capacidade real para corresponder com o mínimo de humanização à actual procura (vide HDJMG);
• Os custos com o recurso a actos médicos em Espanha, eventualmente os mais caros.
A utilização do HSLE como extensão do HDJMG não resolve os problemas daquela unidade hospitalar e aumenta os custos sociais e financeiros.
A eventual abertura da Unidade de Cuidados Intermédios do HSLE já construída e equipada poderia aumentar exponencialmente a rentabilidade clínica do HSLE reduzindo a necessidade de transferência de doentes críticos e a escassez de recursos de cuidados intensivos, actualmente a ser utilizados para situações menos graves.
A população nunca perceberá que, à luz das actuais normas europeias possam escolher ser tratados noutro país pertencente à União Europeia, e não possam decidir recorrer a outro hospital no seu próprio país detentor dos recursos necessários (o HSLE).
Os principais factores que impedem o HSLE de cumprir a sua missão natural e de rentabilizar os seus recursos, eventualmente com protocolos de articulação, não só com o HDJMG mas também com o HESE, são a actual dependência do HDJMG (que tem as suas próprias disfunções) e estar amarrado a classificação estanque como SUB (Serviço de Urgência Básica), sendo excepcionado por despachos ministeriais (efémeros no tempo) e não por atribuição de classificação condizente com a sua real missão.

Por tudo isto,
Os abaixo-assinados pedem aos órgãos de soberania e em particular a Sua Excelência a Senhora Presidente da Assembleia da República que:
1 - O Serviço de Urgência do Hospital de Santa Luzia de Elvas seja reclassificado de Urgência Básica para Urgência Médico-Cirúrgica;
2 – Os doentes dos concelhos limítrofes do Concelho de Elvas (Alandroal, Borba, Campo Maior, Estremoz, Monforte e Vila Viçosa), e outros, incluindo, portanto, também concelhos do Distrito de Évora, tenham a liberdade de poder escolher fazer as suas consultas, realizar os seus exames complementares de diagnóstico e receber todos os tratamentos e internamento no Hospital da Santa Luzia de Elvas;
3- Que o Hospital da Santa Luzia de Elvas mantenha todas as suas valências médicas a funcionar em pleno.




1 comentário:

Anónimo disse...

ACORDEM MEU POVO!!! Tudo o que é de interesse não tem um comentário; só com "minudências" perdem tempo!Assinem esta petição: interessa-nos a todos! Eu já assinei, não foi aqui mas já assinei.
Sr. Administrador do blogue pela importância da questão publique novamente o artigo e algo que alerte as consciências para o interesse do mesmo!